Chegou a vez das melhores leituras de 2016, dentre livros e quadrinhos. Há uma diversidade de títulos listados que merecem ser conferidos por aqueles que não tiveram a sorte de esbarrar com eles nas prateleiras das livrarias durante este ano que se vai. São os nossos livros e quadrinhos favoritos de 2016 e que ficam de recomendação (ou não-recomendação) para um 2017 mais divertido e estimulante para vocês:
Melhor livro:
Before We Were Strangers
Os personagens principais dessa obra de Renée Carlino são definitivamente a melhor parte do livro. Grace e Matt são simples, mas reais. Você torce, chora e se alegra por eles. O plot é lindo e o amor dos protagonistas por fotografia e música é fantástico. A escrita da autora também é outro ponto forte, pois te cativa desde as primeiras páginas. Quem procura por uma história em NYC de friends to lovers, com um casal marcante e muito bad timing vai amar esse livro!
Corte de Névoa e Fúria
O segundo volume da saga iniciada com Corte de Espinhos e Rosas juntou diversos elementos atraentes em um só e desenvolveu da melhor forma os personagens. O que levou, inevitavelmente, a ansiedade pelo terceiro livro para as alturas!
Decepção literária:
Amy & Roger’s Epic Detour
Você começa a leitura esperando uma roadtrip maravilhosa e um romance legal, mas só se decepciona. Uma protagonista superficial e sem graça. Além disso, o enredo engendrado por Morgan Matson não te anima, o romance é super forçado e o final do livro é apressado e anticlimático. Não recomendo!
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada
Esse livro foi a maior decepção do ano. A continuação da saga Harry Potter nem de longe parece uma obra da mesma autora dos livros anteriores. Em nenhum momento você consegue se conectar à história. Uma obra com diversos plots falhos.
Melhor quadrinho nacional:
Relatos Azuis
Com uma narrativa tocante e delicada, um traço divertido e encantador, Fulvio Pacheco fala sobre a relação do autismo com a arte, nos dando uma eficiente aula acerca da síndrome, sem jamais soar didático. Ao descobrir que o filho, Murilo, era autista e acompanhar seu tratamento, Fulvio também foi diagnosticado com a síndrome, o que possibilitou ao quadrinista ampliar seus horizontes e compreender melhor o autismo. Toda essa história está retratada de maneira genial e sutil em Relatos Azuis, um dos melhores títulos de 2016.
Melhor quadrinho internacional:
Dark Night: A True Batman Story
Uma das histórias mais emocionantes e inventivas do ano, Dark Night é um quadrinho autobiográfico no qual Paul Dini, o roteirista das ótimas animações do Batman do começo da década de 1990, fala acerca da importância do personagem e de demais cartoons em sua vida. Ainda que apresente passagens da infância de Dini, versando a respeito de sua incansável criatividade e profunda solidão, de modo a contextualizar melhor a sua história, a graphic novel se concentra, de fato, em um recorte bem complicado de sua vida: o trauma após ser espancado por assaltantes depois que voltava de um jantar com uma atriz e alpinista social. O roteirista passou por cirurgias de reconstituição do crânio e seu processo de recuperação foi lento e gradativo. Com o psicológico abalado, acabou sofrendo um bloqueio criativo no qual não conseguia mais escrever sobre o Batman, até mesmo por não acreditar mais no que ele representava depois de toda a violência de que foi alvo na vida real. Os vilões de Gotham City passam, então, a representar seus demônios internos enquanto o próprio Batman simboliza sua luta por superação, em uma obra de teor visceral e realista que impressiona pela qualidade do grafismo na retratação da violência e do psicológico perturbado de Dini. Sem dúvida, uma obra prima moderna.
Melhor série de estreia:
Paper Girls
Vencedora do prêmio Eisner 2016 (o mais importante do segmento de quadrinhos) de melhor série estreante, Papergirls de Brian K. Vuaghan situa sua trama na década de 1980 e acompanha quatro adolescentes, entregadoras de jornais, que tem de lidar com toda a sorte de bizarrices envolvendo viagens no tempo, produtos extremamente compactos da Apple e monstros de aparência indigesta em diferentes linhas temporais na fictícia Stony Stream. A narrativa é ágil, instigante e repleta de deliciosas referências, tanto oitentistas quanto à cultura contemporânea. A arte é excelente, apresentando personagens de traços carismáticos e um domínio preciso de luz, cores e sombras, compondo uma atmosfera engenhosa de suspense, ação e ficção científica que remete a diversos filmes queridinhos da década de 1980, como De Volta Para o Futuro, E. T. – O Extraterrestre e Conta Comigo. Altamente recomendável.
A todos, desejamos boas leituras em 2017! Que muitos universos inventivos permeiem nossa imaginação nos fazendo escapar um pouco da realidade árdua do dia a dia. Leiam, pessoas! Leituras desenvolvem e estimulam nosso senso crítico, mudam vidas e o nosso modo de ver o mundo.
Bruna Lopes
Márcia Campelo
Andrizy Bento